segunda-feira, maio 20, 2024
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Desafios na emissão de RG: Tarauacá, Acre, enfrenta filas e dormidas para obter documento

Em Tarauacá, terceiro maior município do Acre, a ausência de uma Central de Serviços Públicos – OCA tem gerado dificuldades na obtenção de documentos essenciais, como a Carteira de Identidade. Atualmente, as emissões de RG são realizadas na Delegacia de Polícia Civil, onde apenas um kit de captura biométrica está disponível, e dois servidores atendem um total de 30 pessoas diariamente, 15 pela manhã e 15 à tarde.

Nos últimos dias, a situação atingiu um ponto crítico, com moradores passando a dormir nas filas para garantir o Registro Geral. Esse cenário é especialmente desafiador para os habitantes das comunidades rurais, que precisam se deslocar para a cidade em busca do documento. Muitos chegam à delegacia durante a noite para garantir uma ficha para o dia seguinte, dormindo nas imediações do prédio policial e até mesmo em frente a um açougue próximo.

Um morador local relatou: “Enquanto uns dormem, outros pastoram através de um revezamento estabelecido por nós. Muitos moradores das zonas rural e ribeirinha vêm para a cidade em barcos onde ficam até conseguir o documento”.

O delegado titular de Tarauacá, Ronerio Silva, explicou que a demanda pela emissão de Carteiras de Identidade aumentou significativamente devido ao Programa Pé de Meia, do governo federal, que exige a documentação dos estudantes para garantir recursos. Desde 2022 até o momento, foram emitidos 9.660 RGs na Delegacia de Tarauacá.

“Por causa do Programa Pé de Meia, que exige a documentação dos estudantes, ocorreu um aumento pela procura da Carteira de Identidade. Nós já solicitamos à Direção-Geral de Polícia Civil um reforço na quantidade das máquinas, que são os kits de captura biométrica. Não podemos ter um policial civil trabalhando nessa atividade porque desfalca meu efetivo. Tem que ser gente terceirizada ou cedida. Nós temos trabalhado bastante nessa área de emissão de RG, mas a demanda tem aumentado bastante”, destacou o delegado.

A falta de infraestrutura adequada para a emissão de documentos essenciais reflete um desafio enfrentado por muitas comunidades no interior do país, onde o acesso a serviços básicos pode ser limitado devido à distância e à falta de recursos.

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