Com a chegada da Páscoa, o consumo de chocolate aumenta — e com ele, surgem também as dúvidas sobre os possíveis impactos na saúde da pele. Será que o chocolate realmente piora a acne ou isso é apenas mais um mito que se repete a cada ano?
Segundo a dermatologista Mayla Carbone, o problema não está no chocolate em si, mas na combinação de ingredientes presentes nas versões mais populares do doce.
“A mistura de açúcar, leite e gordura eleva a produção de insulina e aumenta a oleosidade da pele, criando um ambiente propício para o surgimento da acne. Chocolates com maior teor de cacau e menos aditivos tendem a causar menos impacto, principalmente em peles propensas à inflamação”, explica.
Outro ponto que pode influenciar o aparecimento de espinhas é o estresse — comum em períodos com maior carga emocional, como datas comemorativas. Oscilações hormonais ligadas ao aumento do cortisol podem piorar inflamações dermatológicas, inclusive em adultos. Por isso, manter uma rotina equilibrada, com descanso adequado, hidratação e atenção à alimentação, é fundamental.
Consuma chocolate sem exageros
A acne é uma condição multifatorial, influenciada por fatores como genética, hormônios, microbiota e estilo de vida. O consumo de chocolate, por si só, não causa acne, mas pode acentuar quadros já existentes.
“Mais importante do que culpar um alimento específico é observar os padrões alimentares ao longo das semanas”, destaca Mayla.
Dessa forma, a busca por uma pele saudável não deve excluir prazeres ocasionais, mas estimular o equilíbrio. A orientação profissional é fundamental para entender o que está por trás das alterações dermatológicas. O alimento pode ser um gatilho, mas o tratamento adequado exige avaliação individualizada, abordagem clínica e cuidado contínuo.
“Muitos pacientes associam surtos de acne a eventos festivos ou indulgências pontuais. No entanto, é a constância dos hábitos que determina o impacto real na pele. A inflamação não é construída em um dia. É o padrão alimentar, repetido ao longo do tempo, que influencia na resposta da pele. A Páscoa pode sim ser doce — inclusive com autocuidado”, reforça a especialista.