Aos 87 anos, o apresentador Raul Gil recebeu o diagnóstico de abdome agudo inflamatório por diverticulite aguda e desidratação. Após descobrir a doença, ele continua internado em um hospital em São Paulo. Natan Chehter, clínico geral e geriatra, explica com mais detalhes sobre a condição do comunicador.
Ao Notícias da TV, o especialista explica que o quadro do artista envolve a inflamação das paredes do intestino. “Formam como se fossem bolsinhas, cavidades. Isso pode, eventualmente, inflamar. Quando isso acontece, nós chamamos de ‘diverticulite'”.
“Ela pode ser tratada desde antibióticos, observação clínica até a cirurgia. Vai depender como é apresentação do quadro, se temos uma grande inflamação na parede do intestino. Isso depende de como os médicos estão avaliando, mas é uma condição aguda e grave e que precisa ser avaliada”, destaca.
Segundo Chehter, já o quadro de desidratação, que foi apontado no último boletim médico divulgado, pode ter sido causado pela falta de ingestão de líquidos, justamente por causa da diverticulite, que causa dores e torna mais difícil o consumo de água, por exemplo.
Ter diverticulite não é tão comum em idosos. Isso vai depender dos hábitos intestinais da pessoa. A diverticulose, que é a presença de divertículos no intestino é, sim, muito comum, mas a doença diverticulite é mais rara e costuma ser identificada em exames de imagem.
A diverticulite geralmente se manifesta com alguns sintomas específicos: dor abdominal intensa, principalmente no lado inferior esquerdo do abdômen, acompanhada de febre, náuseas, vômitos e alterações no hábito intestinal, como constipação ou diarreia.
Outros sinais comuns incluem inchaço, gases e sensibilidade ao toque na região afetada. Em casos mais graves, podem surgir complicações como sangramento e calafrios.
Chehter alerta que a condição pode gerar complicações comuns, como abscessos, que são inflamações com pus no tecido do intestino; a aparição de fístulas, que são comunicações do intestino com outros órgãos, como a bexiga ou útero. Além disso, há o risco de uma infecção generalizada, a ‘sepse’, que pode migrar do intestino para a corrente sanguínea.
“A diverticulite acontece mais frequentemente em quem tem constipação. O que inflama o divertículo é ter essa constipação diversas vezes. Na prática, a recomendação que damos é que o paciente faça a ingestão de água, de fibras, que tenha uma dieta que favoreça o funcionamento do intestino”, completa.