Sentir a barriga estufada, certamente, não é nada agradável. A distensão abdominal é uma queixa muito comum nos consultórios médicos. Afinal, o que causa esse tão indesejado incômodo?
De acordo com a nutricionista Juliana Andrade, diferentes fatores podem ocasionar o quadro. O primeiro é baixa produção de ácido clorídrico pelo estômago. “Esse é um ácido fundamental para que todo o processo de digestão ocorra de maneira eficaz. A sua diminuição resulta em prejuízos a nível de intestino também, pois o bolo alimentar chega ‘mal digerido’, fazendo com que bactérias fermentativas atuem”, afirma a profissional. “Fermentação resulta em gás, e gás faz o que? Expande”, acrescenta.
A boa notícia é que há, sim, maneiras de se aumentar a produção do ácido clorídrico por meio de estratégias nutricionais e suplementações. Por exemplo: mastigar bem os alimentos, aderir a suplementos à base de ervas e tinturas digestivas.
“É importante também avaliar as causas dessa diminuição, entre elas o fator idade (envelhecimento), infecção por H. pylori, uso de determinados medicamentos e, até mesmo, o estresse. Todos podem prejudicar a produção desse ácido em quantidades adequadas”, pontua Juliana.
Outro fator desencadeador da distensão abdominal é o excesso no consumo de alimentos fermentáveis, conhecidos como FODMAPs. É o caso de cebola, vários vegetais e frutas e adoçantes, como o xilitol.
Veja, a seguir, a tabela FODMAPs, com carboidratos difíceis de serem digeridos pelo corpo:
Metrópoles
A deglutição excessiva de ar (ou aerofagia) — quadro muito comum em pacientes que “não respiram pelo nariz”, e sim pela boca — também interfere no sintoma de barriga estufada, bem como o hábito de se manter sentado por muito tempo (ou em má postura).
Já as intolerâncias alimentares, como à lactose ou sensibilidade não celíaca ao glúten, são mais exemplos de causas para distensão abdominal.
Disbiose intestinal, Síndrome do Intestino Irritável, endometriose, doença celíaca e outras patologias são mais condições capazes de aumentar a sensação de “estufamento”. Além disso, o simples fato de comer demais em determinada refeição também é uma possível causa desse incômodo.
A boa notícia, para a especialista, é que existe tratamento para cada uma das condições listadas. A recomendação é que se procure um nutricionista para o diagnosticar e tratar o quadro.