Após 260 anos, bugios-ruivos voltam a ser vistos em floresta de Santa Catarina

Uma notícia emocionante para a conservação da fauna brasileira: após 260 anos de ausência, os bugios-ruivos (Alouatta guariba) voltaram a ser vistos nas florestas da Ilha de Santa Catarina, onde hoje está localizada a cidade de Florianópolis. O reaparecimento da espécie, que havia desaparecido da região por conta do desmatamento e da caça ilegal, representa um marco na luta pela recuperação da biodiversidade no sul do Brasil.

Segundo especialistas, os bugios-ruivos são primatas nativos da Mata Atlântica e conhecidos pelo som forte e grave que emitem — um dos mais altos do reino animal. Esse vocalizar característico pode ser ouvido a quilômetros de distância e é usado pelos grupos para demarcar território e se comunicar com outros bandos.

Desaparecimento e retorno histórico

Os registros históricos apontam que os bugios-ruivos desapareceram da Ilha de Santa Catarina ainda no século XVIII, quando a ocupação humana começou a avançar de forma acelerada, levando à destruição de vastas áreas de floresta nativa. A caça ilegal, motivada tanto por medo dos sons emitidos pelos animais quanto por interesse em sua carne, também contribuiu para o extermínio local da espécie.

O recente avistamento foi feito por pesquisadores e moradores da região norte da ilha, que identificaram um pequeno grupo de indivíduos vivendo em fragmentos de floresta bem preservada. O retorno dos bugios-ruivos está sendo tratado como um indício claro de que os esforços de preservação ambiental, reflorestamento e educação ambiental estão começando a dar resultados concretos.

Importância ecológica dos bugios-ruivos

Além de sua presença simbólica, os bugios têm uma função ecológica fundamental: são dispersores de sementes e ajudam a manter o equilíbrio das florestas tropicais. Ao se alimentarem de frutos e folhas, eles espalham sementes por grandes áreas, contribuindo para a regeneração da vegetação.

A espécie Alouatta guariba é considerada vulnerável à extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O retorno à ilha é um sopro de esperança para a recuperação populacional da espécie em uma de suas regiões históricas.

Convivência pacífica e proteção

Autoridades ambientais e ONGs locais alertam para a importância de se evitar qualquer tipo de aproximação invasiva. O contato humano pode representar uma ameaça, não apenas pela caça, mas também por doenças transmitidas ao animal. A orientação é que os bugios sejam observados à distância, em silêncio, respeitando seu espaço.

Também estão sendo discutidas medidas de proteção mais robustas, como a criação de corredores ecológicos e campanhas de conscientização para comunidades do entorno das áreas de floresta.

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