Em maior ou menor escala, os brasileiros têm enfrentado uma onda de calor poderosa antes mesmo do verão começar oficialmente. Nas regiões urbanas, onde o clima começa de um jeito e termina de outro, a estratégia é investir nos looks em camadas… Mas é possível ser mais certeiro na escolha das peças para não derreter no sol e se manter confortável durante todo o dia.
E como a estação mais quente do ano termina apenas no final de março, o gshow conversou com a professora de moda do Senac, Mariana de Lima Maciel, e montou um guia de tecidos para apostar (ou não) no calorão. Veja as dicas!
Os melhores tecidos

Tecidos como algodão, linho e seda são os mais recomendados para o verão — Foto: Reuters/Reprodução/Instagram
A docente explica que, quanto mais respirável for o tecido, maior será a troca de temperatura com o ambiente. Portanto, estes tecidos de fibras naturais oferecem conforto térmico e permitem que a pele respire melhor. Entenda as vantagens e desvantagens de cada um:
- Linho: esta fibra absorve a umidade, seca rapidamente e traz sensação de frescor.
- Algodão: oferece boa respirabilidade, apesar de absorver a umidade do corpo. Ainda assim, é uma fibra fácil de encontrar em tecidos como a meia-malha, tricolines e cambraia, por exemplo.
- Seda: também oferece ótima respirabilidade e conforto térmico, mas possui um custo mais elevado e manutenção delicada. Então pode não ser uma boa saída para quem não curte perder muito tempo na lavagem das roupas.
- Modal: oferece um caimento mais leve semelhante ao linho e seda. Apesar de ser uma fibra artificial, traz conforto térmico e é uma alternativa mais acessível.
- Viscose: apresenta uma boa respirabilidade no calor, mas sua produção é altamente prejudicial ao meio ambiente, já que causa muito desmatamento e é produzida a partir de árvores que correm risco de extinção.
Basta dar uma olhada rápidas nas vitrines para perceber que o tricô e crochê estão em alta nesta temporada. Mesmo sendo um bom aliado para nos aquecer no inverno, o tecido também cai bem no verão, mas vale apostar nestes detalhes: peças com caimento leve, fios de algodão e os pontos mais abertos.
Os piores tecidos
No geral, a recomendação a professora é evitar ao máximo as fibras sintéticas como o poliéster: “Ao contrário das fibras naturais, ele retém a temperatura corporal. Tecidos 100% poliéster ou com maioria em sua composição trazem desconfortos térmicos em períodos de altas temperaturas.”
Escolha das cores

Especialista explica que o tipo de tecido influencia mais a sensação térmica do que as cores — Foto: Pexels
Já falamos por aqui sobre coloração pessoal e como a técnica pode ajudar a valorizar cada pessoa de acordo com o tom da pele e de cabelo, por exemplo. Além da questão estética, ela também pode determinar a sensação térmica do seu look, mas a especialista faz uma ressalva:
“As roupas escuras ou pretas absorvem mais luz solar, o que gera maior sensação de calor, mas é importante ressaltar que uma roupa escura em um tecido de fibra natural, como o algodão, irá trazer maior frescor do que uma peça clara em tecido sintético, como o poliéster, que retém o suor.”
Ou seja, as cores influenciam, sim, por absorverem ou refletirem a luz solar… Mas não de maneira isolada: “A escolha das modelagens, tecidos (fibras, construções e gramaturas) são fundamentais para um conforto maior!”
Office look no verão
Quem não tem restrição quanto ao vestuário no ambiente de trabalho se dá melhor nesta estação, mas quem é obrigado a respeitar algumas regras, precisa pensar em alternativas para driblar o calor, certo?

Especialista dá dicas de como driblar o calor ao montar o look de trabalho — Foto: Reuters
E Mariana também tem dicas para socorrer essa galera, dá uma olhada!
- O linho e algodão são as sugestões número 1, mas prefira os de tramas mais abertas e respiráveis.
- O modal também aparece bastante em roupas mais formais ou uniformes, assim como outros materiais sintéticos. Se este for o seu caso, a dica é recorrer a uma camiseta de algodão por baixa da roupa para diminuir o desconforto quanto à transpiração aparente.
- Além disso, existem fibras sintéticas com tecnologias antiodor, microfibras e dry-fit (altamente respirável e com proteção UV).
“É importante ressaltar que a composição e gramatura (ou espessura) do forro, que muitas vezes estará em contato direto com a pele, é tão importante quanto a do tecido principal da roupa”, destaca.