segunda-feira, maio 20, 2024
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Tapa-sexo: veja a evolução de um dos itens mais polêmicos da moda

Quando pensamos nos figurinos de Carnaval, um item é quase indispensável: o tapa-sexo. Mas engana-se quem pensa que ele surgiu em meio à folia! Na verdade, trata-se de um dos acessórios mais antigos do mundo.

Segundo o livro “Linha do Tempo – Uma viagem pela história”, da jornalista Cláudia de Castro, há registros de que o tapa-sexo já era usado pelos povos pré-históricos 7 mil a.C.! Nessa época, ele foi muito usado por homens com a finalidade de proteger os órgãos genitais sob as vestimentas de ferro.

Mileide Mihaile no Carnaval 2023 — Foto: Brazil News

Mileide Mihaile no Carnaval 2023 — Foto: Brazil News

De lá pra cá, a peça ganhou novas funções e versões, sendo as mais comuns feitas com fita adesiva, calcinha de tule ou gancho de metal preso por pressão. Guilherme Alves, designer especialista em figurinos de Carnaval, conta que ascensão da peça se deu a partir da década de 80, “com a moda vindo das praias para a Sapucaí, além de ser a época do topless” e devido a um desfile da escola de samba União da Ilha.

Em 1989, a modelo Enoli Lara desfilou nua só com uma pintura corporal e isso desagradou a imprensa e a LIESA [Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro], levando a associação a criar regras proibindo corpos desnudos na avenida. Daí por diante, começou a saga do tapa-sexo e micro calcinhas.”
— Guilherme Alves

Vale lembrar que foi nesse mesmo período que o biquíni asa-delta e outros modelos de micro calcinhas começavam a pipocar nas areias da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. A modelo brasileira Rose Di Primo e a atriz francesa Brigitte Bardot – que fez uma passagem meteórica pelo Brasil – foram duas das precursoras da tendência.

“No início, o tapa-sexo era feito em armação de ferro, que era um pouco incômodo. Com o tempo e o aparecimento de novos materiais, evoluiu para o modelo colado ao corpo”, relembra o estilista.

 

Acontece que, segundo ele, essa colagem era feita, muitas vezes, com supercola instantânea e causava feridas ou vermelhidão na pele na hora da remoção. Assim como na versão adesiva ou feita com esparadrapo, a peça era primeiro colada na região íntima da mulher e, depois, era feita a decoração com pedrarias ou pinturas.

Foi um modelo desses que prejudicou Tarine Lopes, musa da X-9 Paulistana, em 2019: o tapa-sexo começou a descolar e ela precisou cruzar o Sambódromo segurando a peça.

Guilherme diz que, em suas criações, esse modelo de tapa-sexo ficou passado: “Hoje em dia, com a evolução dos tecidos e materiais se tem mais oportunidades de criação. Eu faço as peças com o tule illusion, que dá a impressão de nudez e, depois, faço a colagem das pedras”, explica.

O tapa-sexo é muito usado em modelos de vestidos com fenda cavada e transparência, como os looks de Bella Hadid e Rihanna — Foto: Dimitrios Kambouris/Anthony Harvey/FilmMagic/Getty Images

O tapa-sexo é muito usado em modelos de vestidos com fenda cavada e transparência, como os looks de Bella Hadid e Rihanna — Foto: Dimitrios Kambouris/Anthony Harvey/FilmMagic/Getty Images

O especialista conta que, além do Carnaval, o acessório é muito usado em figurinos para o teatro e cinema durante as gravações das cenas de nudez ou sexo, por exemplo. Mas uma tendência também tem sido responsável por impulsar o uso do item fora da época da folia, as roupas semitransparentes ou cavadas.

“Atualmente, o uso de roupas tipo segunda pele, feitas com materiais transparentes, causou outra evolução no tapa-sexo, sendo aplicado nessas roupas. Ele deixou de ser colocado direto na pele para ser aplicado em body ou macacões”, detalha.

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