Contrastes em Rio Branco: entre a pressão das facções e a fiscalização da PM no bairro Joafra

Enquanto o bairro Jardim está no epicentro de atividades violentas, com facções criminosas exigindo mensalidades de empresas terceirizadas envolvidas no Projeto “Asfalto Rio Branco”, no bairro Joafra, conhecido por sua tranquilidade devido à baixa incidência de ocorrências policiais, a Polícia Militar está intensificando suas operações de fiscalização em conveniências e bares, ordenando o fechamento imediato dos estabelecimentos que ultrapassam o horário permitido.

Para os frequentadores habituais de uma das distribuidoras do bairro, que desfrutam de um ambiente pacífico, a abordagem abrupta da polícia causou estranheza.

“Em vez de prenderem os criminosos, fecharem pontos de drogas, eles estão aqui fiscalizando uma distribuidora onde há apenas três mesas de clientes, todos do bairro, que geralmente é tranquilo e sem problemas. Eu entendo que há um horário estipulado, mas aqui é seguro e nunca ocorreu nada. Por que esse tipo de perseguição?”, questiona um cliente local.

Mesmo após o fechamento do estabelecimento, um cliente tentou comprar cerveja, mas foi informado por um policial que isso não era permitido. Isso gerou indignação entre os presentes, especialmente quando uma atendente explicou aos policiais que já havia solicitado aos clientes que fechassem suas contas, porém, foi obrigada a fechar imediatamente sob ameaça de autuação e multa.

“A lei deve ser cumprida, nós sabemos disso, e eu entendo, mas quando os clientes estão aqui, avisamos sobre o horário de fechamento. Não podemos simplesmente expulsá-los de maneira ríspida. É preciso uma conversa para alinhar as coisas. De qualquer forma, vamos fechar para evitar problemas maiores”, afirmou uma das atendentes.

Apesar da ausência de registros criminais estatísticos no posto de combustível e na conveniência do bairro Joafra, alguns clientes eventualmente ultrapassam o horário de funcionamento em determinados dias da semana.

Os funcionários enfatizam a necessidade de equilíbrio para manter os clientes satisfeitos, respeitando simultaneamente a lei e garantindo a continuidade de seus empregos. “Lidar com pessoas não é fácil, mas, graças a Deus, nunca enfrentamos grandes problemas aqui”, concluiu um dos atendentes.